02 novembro, 2011

VIDEO (Joaquim Feliciano)

OUTRAS FOTOS (Carlos Pires)

CONTAS DO ENCONTRO (2011)

RECEITAS
·       Inscrições almoços): ……………. ……….……. 4.426,00 €

DESPESAS:
·       Restaurante …………………...………….….…… 4.104,00 €
·       OUTRAS (Impressão de materiais, flores,
combustível, comunicações, DVDs, tintas,
publicidade nos jornais, etc)…..........................   322,00 €

SALDO FINAL: …………………........…………. …..        0,00 €

OBSERVAÇÕES
1.       O pagamento de 322,00 €, foi parcial, já que existiram outras pequenas despesas não contabilizadas.
2.       O restaurante “Portal da Vila” suportou o custo de 6 refeições de convidados;
3.       A Câmara Municipal assumiu a despesa com a placa da homenagem colocada no edifício do Externato.

01 novembro, 2011

Evocação – Maria Helena de Sousa

Ricardo Hipólito
Maria Helena, a minha professora de desenho. E depois, também de geografia e, lá mais para o fim, de Matemática.
Durante muito tempo tinha um medo dela que me pelava. Não me recordo se cheguei a levar alguma bofetada dela (aquelas mãos papudas!!!). Mas reguadas bem me recordo. Da dor e da humilhação perante os colegas da turma. Foi numa sala contígua à pequena capela (quando tal ocorreu e se não me falha a memória, já a mesma tinha sido extinta e deitada abaixo a parede de separação com essa sala).
A dor. Só a tive nas duas ou três primeiras reguadas. Depois, bem depois, a(s) mão(s) já estavam anestesiadas. O pior era no fim. Picavam que se fartavam.
E porquê?
Para as férias escolares tínhamos que fazer não sei quantos exercícios de colecções de pontos (mais ou menos um por dia). E claro que tínhamos mais que fazer. A brincadeira não nos deixava muito tempo livre. Nos dois ou três últimos dias de férias toca a fazer o que deveria ter sido feito em quinze dias (ou, durante mais de dois meses – caso das férias grandes).
Claro que tudo (ou quase tudo) saía mal. Depressa e bem ..., já se sabe como é!. A começar logo pelas esquadrias.
Como castigo, a Dª Helena mandava-nos fazer não sei quantas folhas de tracejado a tinta da china. E a nossa reacção? Esquadrias largas, linhas espaçadas, tracejado tipo semi-recta, trajecado borrado, etc., etc.
E a reacção dela? Ralhos, chapadas e reguadas.
Isto marcou-me. Mas marcou-me muito mais a Cultura daquela Senhora. Foi ela que me permitiu “ver” a disciplina de geografia muito mais para além de uns quantos mapas, nomes de países, capitais, rios e montes.
Tinha uma visão do Ensino muito para diante do presente (daqueles anos da década de sessenta). Adoptou métodos e práticas que só muito, muitos anos depois veríamos tal ser implementado de forma generalizada no nosso país.
Os seus alunos de desenho davam cartas nos exames anuais no Liceu Nacional de Santarém LNS). Os alunos do Externato de São Paulo estavam quase sempre entre os que tinham melhores notas. Era a vingançazinha à “humilhação” que os colegas de outras escolas (e, particularmente, do LNS) nos faziam sofrer quando lá chegávamos com as nossas latas verdes, com o material de desenho – julgo que foi uma criação da Helena de Sousa. Tudo estava devidamente acondicionado, as folhas de desenho não se amarrotavam.
Éramos conhecidos pelos do “colégio da lata”.  Mas depois, as notas eram das melhores!

A seguir a Abril de 1974 contou-me alguns dos problemas que tinha tido com a PIDE. De professores que não tinha podido contratar por imposição dessa mesma PIDE. Uma delas tinha sido uma professora de Ciências da Natureza que eu tinha tido no primeiro ano do Ciclo. Não me recordo do seu nome. Só esteve um ano no Externato e no segundo foi posta a andar.
Eu e a Helena de Sousa seríamos colegas, anos mais tarde, na Escola Preparatória de Santarém. Foi uma das impulsionadoras da Casa do Professor, em Santarém.
Tive muito medo dela. Mas aprendi muito com a Maria Helena de Sousa. Estou-lhe muito grata pelos conhecimentos que me transmitiu. Pelos horizontes que me abriu.
Foi uma das Senhoras que, através do Externato de São Paulo, contribuiu para que o nome de Alpiarça fosse difundido (na região e além fronteiras ..., naquele tempo, metropolitanas). Por boas razões. O Externato foi uma referência pedagógica. E também cultural e desportiva.
Ricardo Hipólito

PS – Uma pequena correcção ao texto de Joaquim Moedas Duarte (post de 21.10.p.p.), uma coisa de somenos perante a beleza do texto de invocação à Dª Helena.
O ginásio não foi construído no local onde tinha sido aberto o buraco (posteriormente atulhado) para a piscina. O buraco só seria atulhado lá para o fim da década de sessenta.
O ginásio foi construído logo a seguir ao edifício com as salas de aulas. A seguir, existia o campo de jogos, particularmente para basquetebol e, então sim, o local onde estava destinado a construção da piscina. Ficou-se apenas pelo buraco. E nos invernos, princípio das primaveras, o sítio para exercitar a nossa mestria no lançamento de pedras a roçar a superfície aquática.
E para alguns empurrarem um ou outro lá para dentro.